Hospitalidade: o desafio das populações de pescadores que se transformam em fornecedores de serviços turísticos
Resumo
Como as tradicionais comunidades caiçaras administram a passagem das atividades tradicionais de subsistência para o atendimento ao turista? De que forma a hospitalidade doméstica se modifica com a chegada dos visitantes? Estas questões estão na base do presente estudo, com observação circunscrita à Praia do Pouso da Cajaíba, localizada na Reserva Ecológica da Juatinga, Paraty — litoral sul do Estado do Rio de Janeiro. Em Paraty, o centro urbano mais próximo, a atividade turística é consolidada e este destino é conhecido internacionalmente devido ao centro histórico e as diversas ilhas da região. O fator motivacional do fluxo turístico é o lazer, principalmente, o relacionado às atividades culturais e náuticas. Optou-se, nesta pesquisa, pela comunidade no pouso da Cajaíba pelo fato de a mesma possuir certas características como: traços culturais tradicionais do modo de vida de seus antepassados, índios e negros, técnicas associadas a modos tradicionais de subsistência — a pesca, a caça e a agricultura—; possuir acesso somente marítimo, caracterizando um tipo de cultura insular, com modo de vida e costumes ligados à relação direta com o mar; estar de certa forma isolada do desenvolvimento turístico caracterizado pela urbanização das regiões costeiras, mas recebendo de forma incipiente um fluxo turístico formado por jovens aventureiros, de origem nacional como e internacional, que buscam neste local um contato com a natureza e com a cultura local e encontram pernoite nas casas dos moradores ou em áreas de camping nos seus quintais e apresentar expectativas no desenvolvimento do turismo, como forma complementar de aumento de renda. O estudo pretende desvelar os impactos gerados por tal desenvolvimento nas suas formas ancestrais de hospitalidade, sobretudo a troca entre turista e morador.
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